segunda-feira, 4 de maio de 2009

Continuação das entrevistas...
Adriano de Oliveira
Coordenador Geral do site Cine Revista
www.cinerevista.com.br
1)O cinema em geral utiliza fontes cientificas para seus trabalhos?
Embora muitas vezes a Ciência seja base para roteiros de diversos filmes, o Cinema frequentemente não leva em conta o rigor das leis científicas, o que é compreensível por aquele ser uma arte. O gênero chamado “ficção científica” sintetiza essa simbiose: a história narrada é essencialmente uma ficção, onde raramente os fenômenos apresentados na mesma recebem uma interpretação embasada no conhecimento formal e consolidado; na maior parte das vezes, são tomadas liberdades artísticas e utilizadas interpretações fantasiosas quanto aos fenômenos físicos em questão. Isso, entanto, não impede que o Cinema antecipe futuras verdades da Ciência. Por exemplo, o curta-metragem de Georges Mèlies “Viagem à Lua” (1902) abordava uma equipe de astrônomos fazendo uma viagem espacial até nosso satélite natural. Em 1969, o imaginado por Mèlies aconteceu de fato.
2)Qual sua opinião sobre o cenário cinematográfico nacional atual?
Estamos vivendo um bom momento. Temos diretores, atores, roteiristas e técnicos bastante competentes, trabalhando aqui e fora do país também. O público em geral acha que falta um Oscar ao Brasil para nosso cinema ser considerado maduro. Isso não parece certo, ao menos em minha opinião: creio que já atingimos um bom grau de maturidade cinematográfica. Óbvio que ainda estamos distantes de ter a qualidade, a amplitude e a desenvoltura necessária para sermos considerados um grande polo de cinema em nível mundial, mas estamos firmes nesse caminho.
3)O diretor Marcos Jorge morou na Itália por alguns anos. Você acha que isso ajudou na direção dos filmes deles?
A Itália é pátria de grandes cineastas. Rossellini, Antonioni, Fellini, De Sica, Monicelli, entre outros tantos, são exemplos disso. Lá se gerou uma escola nacional de cinema, criou-se um autoralismo, a Cineccità foi uma referência. Hoje, permanece sendo um marco, abriga também um dos maiores festivais de cinema do mundo – Veneza. Morar lá e tomar contato com profissionais do cinema italiano sempre ajuda um cineasta, afinal ele está vivenciando um ambiente rico quanto à Sétima Arte. Mas a sua identidade artística é um processo longo e em permanente construção, lembremos disso.
4)Qual a sua opinião sobre o trabalho do diretor Marcos Jorge?
O Marcos tem apenas um trabalho até o momento em longas-metragens: foi roteirista e diretor de “Estômago”, e o importante não é quantidade, mas sim, qualidade. Achei uma excelente estreia e o início de uma carreira promissora.
5)Quais são as expectativas para o filme O Céu do dia em que nascemos?
Acredito que será um filme mais voltado para a busca de uma identidade pessoal, e diverso de “Estômago”. O confronto entre a mente treinada para uma visão objetiva, física, do mundo e um choque de realidade capaz de trazer uma reviravolta espiritual no homem que a possui, não é fato novo. O brasileiro “O Maior Amor do Mundo” de Cacá Diegues e o atualmente em cartaz “Presságio” de Alex Proyas, somente para citar esses dois, fizeram isso - cada qual ao seu modo. Do filme de Jorge, espero um tom mais filosófico nessa abordagem.
6)Por que filmes como Star Wars, Star Trek, etc fazem/fizeram tanto sucesso?
Notadamente, o Cosmos mexe com a curiosidade das pessoas. Filmes que falam sobre o Espaço, ou o usam como pano de fundo, sempre terão um público fiel e garantido. Star Wars adaptou o universo do faroeste e dos samurais, de modo estilizado, ao espaço sideral – uma receita de sucesso. Star Trek começou na TV, já com uma legião de seguidores, e seu êxito nas telas dos cinemas foi inevitável, ainda que considere como maior fator de trunfo dessa série a sua abordagem dos fatos que cercam a Enterprise em sua jornada por uma visão francamente humana, gerando uma identidade imediata com o espectador. É porque o Universo nos fascina que filmes tão diferentes entre si – da filosofia e o intelectualismo de “2001” e “Solaris” à emoção de “Armageddon” e “K-Pax”, do terror de “Alien – O Oitavo Passageiro” à contemplação inquieta de “Contato”, do pacifismo de “O Dia em que a Terra Parou” à aventura de “A Batalha de Riddick” – mostram que Cinema e Cosmos fazem uma excelente parceria.
Misael Lima
Associação de Críticos de Cinema do RS - ACCIRS
www.menteincoerente.blogspot.com
1)O cinema em geral utiliza fontes cientificas para seus trabalhos?
A maior parte dos cineastas procura sim uma consultoria especializada(nao importa o tema). Claro que isso demanda dinheiro e disponibilidade, o que no caso do Brasil é complicado, justamente porque nossos filmes tem basicamente baixo orçamento. Nos EUA, essa realidade é bem diferente. Como os filmes são patrocinados por estúdios, eles ou tem um consultor, ou tem capacidade para bancar um. Mas, nem por isso, significa que 100% dessas informações são verdadeiras.
2)Qual sua opinião sobre o cenário cinematográfico nacional atual?
O cenário brasileiro está em um processo de ebulição. As produções mais recentes apresentam uma qualidade única, como há muito tempo não se via. Nomes de cineastas brasileiros estão em alta novamente, como Fernando Meirelles, Walter Salles e José Padilha. Esse é o momento exato para investir em produções nacionais, mas o problema ainda é a terrível falta de incentivo do governo e a falta de produtoras independentes. O crescimento da Globo filmes e outras como a PAX(de José Wilker) podem abrir caminho para tantas outras. Mesmo assim, com essas produtoras, o cinema autoral pode perder espaço e ceder ao lucro fácil, o que é uma tremenda armadilha.
3)O diretor Marcos Jorge morou na Itália por alguns anos. Você acha que isso ajudou na direção dos filmes deles?
A vivência de Marcos Jorge foi fundamental para a composição de seu maior filme até o momento: Estômago. Ele venceu diversos prêmios internacionais, nacionais e mais recentemente o oscar brasileiro, Grande Prêmio do cinema. Estômago tem a cultura italiana e influência dos diretores do país, tudo isso muito visível. Mesmo a atuação dos personagens lembra muito os personagens caricatos que marcaram época por lá.
4)Qual a sua opinião sobre o trabalho do diretor Marcos Jorge?
Como comentei, Marcos Jorge foi um dos diretores que galgou seu caminho pelos cantos. Até semana passada, pode ter certeza que poucas pessoas conheciam o trabalho do diretor. Uma vergonha saber que apenas 88 mil brasileiros assistiram esse que é sua obra-prima(eu me incluo nesse pequeno grupo). Com esse prêmio espera-se que o governo e a mídia do nosso país tenham um pouco mais de respeito e deem mais destaque ao seu trabalho.
5)Quais são as expectativas para o filme O Céu do dia em que nascemos?
Depois dessa premiação e com todas as consequências boas que isso traz, a cobrança vai aumentar. Se ele já realizou um ótimo filme com pouco destaque, espero no mínimo um ótimo filme e muito mais alarde. É sempre bom curtir histórias originais, nesse mercado que tanto peca por sua falta.
6)Por que filmes como Star Wars, Star Trek, etc fazem/fizeram tanto sucesso?
Esses filmes mexem com o imaginário de toda uma geração. Explorar as estrelas, o desconhecido é sempre garantia de ótimos frutos. Além do mais, as leis que aplicam-se ao nosso mundo não se aplicam a esses outros. viver nessa realidade e ser predestinado há algo melhor é o que todos queremos e esses filmes fornecem esse escape. Por isso e por toda a capacidade técnica empregada, é que esses seriados e séries de cinema continuam( e vão continuar) fascinando gerações até o fim dos tempos.
Almir Antônio Rosa
Professor da USP no Departamento de Cinema, Rádio e Televisão
1)O cinema em geral utiliza fontes cientificas para seus trabalhos?
Sim, o cinema sempre usou fontes científicas para roteirizar filmes. Sejam através de filmes de ficção científica, seja através de conhecimentos científicos para embasar a construção de um personagem.
2)Qual sua opinião sobre o cenário cinematográfico nacional atual?
O Brasil vive um momento muito bom em sua história cinematográfica. Temos muitos bons filmes sendo feitos. E, mais do que bons filmes, temos filmes sendo feitos; o que já é, em si, uma boa notícia, uma vez que vivemos momentos em que filmes não eram feitos, sejam bons ou ruins. Há uma "onda" que tomou conta da cinematografia brasileira desde a considerada "retomada", que nos proporcinou a continuidade da produção.
3)O diretor Marcos Jorge morou na Itália por alguns anos. Você acha que isso ajudou na direção dos filmes deles?
Não responderei esta pergunta falando especificamente de um diretor. O que acho é que todo diretor é influenciado por sua formação, seja ela feita no Brasil ou no exterior. E não falo apenas da formação acadêmica, stricto sensu, mas também da formação atuando no mercado profissional.
4)Por que filmes como Star Wars, Star Trek, etc fazem/fizeram tanto sucesso?
Por um lado, são filmes bem feitos, com uma produção impecável e disponibilidade de recursos financeiros. Por outro, são filmes que tratam de arquétipos do ser humano, que buscam trabalhar a questão dos arquétipos dentro de um universo específico. Parafraseando Jung, lindam com conteúdo do inconsciente coletivo que é compartilhado por toda a humanidade.

Por Natália Marques

sábado, 2 de maio de 2009

Durante a 'confecção' do jornal, foram feitas várias pesquisas incansáveis na Internet. Mas além dessa ferramenta, nós todos utilizamos entrevistas e conversas com as pessoas de diferentes áreas. Tudo para que o jornal fosse o mais fiel possível ao intuito da matéria. Eu, como responsável pela parte do 'Cinema', entrei em contato com o diretor do filme 'O Céu do Dia em que nascemos' (matéria principal da parte do cinema); o diretor e a produtora do filme mostraram-se super acessíveis a minha entrevista e disponibilizaram-se a me ajudar. Porém, no dia seguinte ao que eu enviei meu e-mail com as perguntas, o diretor recebeu no Rio de Janeiro o Grande Prêmio Vivo de Cinema, considerado o Oscar do Cinema Brasileiro, o que o impossibilitou de me responder rapidamente. Uma pena, mas o jornal não podia esperar! Tive que procurar conversar com alguns críticos de cinema que também me atenderam ao meu pedido muitíssimo bem. E agora disponibilizo a vocês as entrevistas na íntegra que foram feitas com eles! Vale a pena ler até o final...Ah, colocarei a cada dia 2 entrevistas.

Mário L. Pertile
www.iniciocritico.blogspot.com
www.cenadecinema.com.br
1)O cinema em geral utiliza fontes cientificas para seus trabalhos?
O cinema é uma folha em branco que vem sendo preenchida desde a sua invenção. Cada diretor escreve uma linha, um caractere, uma palavra e esta folha vai sendo recheada de estilos, formatos e histórias. Parece um pensamento extremamente poético, mas é necessário para entender que qualquer argumento escrito exige muita pesquisa e dedicação para chegar ao papel. Quando há a necessidade de argumentação específica, como na ficção, por exemplo, os melhores resultados sempre se dão baseados em fontes concretas do ramo pesquisado. É muito fácil notar em uma obra cinematográfica quando este trabalho de pré-argumentação é falho ou nulo, pois mesmo em obras de ficção científica, onde tudo é possível e a realidade nem sempre é o que interessa, é de suma importância que se respeite limites físicos, teóricos e práticos para que o espectador não se sinta ludibriado e de certa forma enganado escancaradamente. Quanto mais surreal ou específica uma película pretende ser, maior deve ser a fidelidade à fontes científicas já trabalhadas ao longo dos séculos. Mas isso não diz respeito apenas a ficção em si e se expande para todos os nichos e gêneros como história, geografia, religião... O fato é: Quanto mais profunda for a pesquisa antes do desenvolvimento do argumento, maiores são as chances de o filme ser considerado maduro e fiel a sua realidade, mesmo que a realidade física não seja o foco principal.
2)Qual sua opinião sobre o cenário cinematográfico nacional atual?
O cinema nacional é feito de altos e baixos. Existem poucas grandes empresas com muito dinheiro para investir e estas fazem sua parte de forma extremamente comercial, criando um circulo vicioso que parece nunca ter fim e provavelmente não terá. Diretores e cineastas alternativos em geral, na maioria das vezes, passam uma vida inteira tentando inserir suas obras no circuito comercial sem ter o devido reconhecimento. Muitos conseguem, a custo de muitas parcerias e investimento próprio (de tempo e dinheiro). Mas outros tantos acabam passando a vida inteira no circuito alternativo por falta de oportunidade da industria, sendo marginalizados por não terem um apelo comercial em suas obras ou por não conseguirem o famoso pistolão. Este panorama vem mudando ao longo dos anos, com o advento de ferramentas como YouTube, onde jovens cineastas que nunca teriam oportunidade de mostrar o seu trabalho passam de meros videomakers à figuras tarimbadas do mainstream da noite pro dia, ganhando reconhecimento internacional. O mercado de curtas também aumentou por conseqüência destas tecnologias e salas de cinema comerciais estão procurando dar mais espaço a este formato em festivais que recebem cada vez mais incentivo. O grande marco da produção nacional da nossa época sem dúvida foi Cidade de Deus, que quebrou paradigmas enraizados há muito tempo na cabeça do público brasileiro e abriu portas para produções mais autorais e cineastas que tem algo a dizer. O Cinema nacional está tomando fôlego novamente e as universidades estão investindo em seus alunos, futuros profissionais da industria, de maneira respeitosa, dando a devida liberdade para uma nova safra do cinema nacional mais maduro e autoral para as próximas décadas.
3)O diretor Marcos Jorge morou na Itália por alguns anos. Você acha que isso ajudou na direção dos filmes deles?
Sem dúvida. A Europa como um todo é o grande berço do cinema e um continente de grande sensibilidade para desenvolver e explorar contextos autorais. Mas acredito que não apenas isto tenha influenciado a carreira de Marcos Jorge. A grande experiência do diretor com filmes publicitários traz para sua forma de fazer cinema aspectos importantes como síntese, primazia de edição e plasticidade, essenciais no meio publicitário onde o cineasta possui um tempo extremamente reduzido para contar uma historia de forma clara, esteticamente bem resolvida e que convença as pessoas a comprar um determinado produto ou aderir à imagem de uma empresa.
4)Qual a sua opinião sobre o trabalho do diretor Marcos Jorge?
Marcos Jorge é um grande diretor da nossa época, que prima pela estética em todas as suas obras, independente do roteiro. Ele faz com que a plasticidade, muitas vezes agressiva, consiga se destacar como um personagem que ajuda a desenvolver a história sem a necessidade de uma explicação textual, como nos filmes O Encontro e Infinitamente Maio. No primeiro, que não é falado em português, o contexto é totalmente compreendido através das vestimentas dos personagens, que ilustram mini-personalidades em momentos específicos de um encontro íntimo. Nesta obra, Marcos Jorge capta o sentimento dos protagonistas e ilustra os mesmos através de cores e estereótipos físicos, sem exprimir uma palavra sequer. Ainda sobre O Encontro, a edição é um dos pontos chave do filme que, se feita de outra forma que não a escolhida, poderia por o filme todo a perder e torná-lo algo extremamente rude e mal acabado. Mas as escolhas do diretor para a película se mostram acertadas acima de qualquer comentário.Já em Infinitamente Maio, o que se destaca é a forma com que os corações resumem cada esquete da trama, concluindo de forma visual o que ocorreu nos segundos anteriores. É um roteiro difícil de produzir, um looping contínuo de ânsias e anseios, além de um jogo de palavras de atores bem dirigidos, o que poderia, na mão do diretor errado, parecer extremamente teatral, mas que da forma como foi conduzido, se mostra natural e instigante.Seu primeiro longa, Estômago, sem dúvida sua grande obra até agora, consegue tirar de João Miguel e da revelação Fabiula Nascimento o máximo de atuação possível de forma muito intimista, passando a bola para o espectador deduzir seus sentimentos.
5)Quais são as expectativas para o filme O Céu do dia em que nascemos?
Grandes. Depois de todos este comentários anteriores remetidos à obra do diretor, é clara a ansiedade por suas novas produções, apesar da produção deste filme ter seu início antes mesmo de “Estômago”, promete ser mais um título que chega ao circuito com uma bagagem de prêmios a ganhar. Torcemos por ele.
6)Por que filmes como Star Wars, Star Trek, etc fazem/fizeram tanto sucesso?
Para analisar estes filmes é necessário uma análise do contexto em que eles foram lançados. Na década de 70 não existia celular, os computadores existentes eram gigantescos e não se tinha conhecimento do que era ou não possível daqui 10, 20 ou 30 anos. Diretores visionários como George Lucas, Steven Spielberg e companhia sempre surpreenderam por suas idéia revolucionárias na ficção científica. A humanidade como um todo precisa de algo para imaginar e isso é uma explicação para o cinema estar vivo até hoje. Estas obras mexeram com o imaginário das pessoas criando verdadeiros fanáticos (no melhor sentido da expressão) por elas. Este sentimento é passado de geração para geração e ilustra a ânsia do ser humano por respostas. Mas não só isso. Este tipo de roteiro é imbuído por grandes lições morais e valores que foram perdidos mesmo antes de serem conquistados. Fidelidade, amizade, amor, garra, confiança em algo maior que a percepção, são sentimentos que nunca saem de moda e no cinema não é diferente. São obras que ou você ama, ou você odeia. Não existe meio termo. São sentimentos positivos que geram fanatismos saudáveis e movimentam a industria. Star Wars está para sua época como obras do J.J. Abrams estão para o século XXI, por exemplo. Daqui há 20 anos Lost será lembrado pela geração atual como nossos pais lembram de Guerra nas Estrelas. O desconhecido instiga e atravessa gerações. As pessoas realmente vivem aquilo em suas vidas, e esta é a grande magia que o cinema proporciona.


Robledo Milani
http://www.cineronda.com.br/author/robledo/
1)O cinema em geral utiliza fontes cientificas para seus trabalhos?
Claro, certamente. Muitos filmes tem embasamento científico, até para ir de encontro com a tendência mundial de busca pelo realismo. É importante ser verossímil no cinema atual. Porém, muitas as invencionices mostradas na tela grande hoje em dia, apesar de críveis, não passam de fantasias criadas pelos roteiristas e diretores, sem possibilidade de se tornarem 'reais' num futuro próximo.
2)Qual sua opinião sobre o cenário cinematográfico nacional atual?
O cenário cinematográfico nacional atual é bastante diversificado, com diferentes propostas, tendências e ideias. O problema é que ainda são poucos os filmes que conseguem se comunicar eficientemente com o público consumidor. E os motivos são vários: falta de investimento publicitário, campanhas de marketing equivocadas, e principalmente falta de espaço nos exibidores. E sem uma distribuição eficiente, por maior que seja o interesse do espectador, o filme não será assistido. E sem ser visto ele deixa de cumprir sua função primordial, que é entreter e provocar reações no público.
3)O diretor Marcos Jorge morou na Itália por alguns anos. Você acha que isso ajudou na direção dos filmes deles?
Com certeza, toda experiência e vivência prévia contribui no trabalho de um realizador. Marcos Jorge fez um filme muito interessante. "Estômago" é uma obra brasileiríssima, mas que consegue transmitir sua mensagem para qualquer espectador, de qualquer parte do mundo. É um belo filme.
4)Qual a sua opinião sobre o trabalho do diretor Marcos Jorge?
Conheço apenas "Estômago", um filme instigante e muito interessante. Minha opinião sobre o filme está em www.cineronda.com.br/estomago
5)Quais são as expectativas para o filme O Céu do dia em que nascemos?
Não ouvi falar nada a respeito deste novo projeto. Sendo do Marcos Jorge, e pelo bom resultado apresentado no seu longa anterior, é de se apostar que sua próximo filme será ainda mais interessante. Mas é esperar para ver.
6)Por que filmes como Star Wars, Star Trek, etc fazem/fizeram tanto sucesso?
Porque são filmes fantasiosos, e cinema também é ilusão, magia e encantamento. Filmes como os citados são portas de entradas para mundos paralelos e alternativos, que despertam curiosidade e deslumbre. Só o cinema pode oferecer uma viagem tão completa e mágica como estas.


Amanhã volto com as outras 3 entrevistas.

FAVOR NÃO FAZER USO INDEVIDO DAS ENTREVISTAS.


Por Natália Marques

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Conheça vida e obra dos grandes autores de ficção científica

da Folha de S.Paulo

Décadas antes de tomar conta de televisões e cinemas, a ficção científica nascia --ainda que sem esse nome-- na literatura.

Dois dos pais do gênero são o francês Jules Verne (1828-1905) e o inglês Herbert George Wells (1866-1946). No século 19, as histórias de Verne falavam de aviões, submarinos e até da viagem à Lua, que ocorreu somente em 1969. Confira em
jv.gilead.org.il a "bibliobiografia" do autor das "Viagens Extraordinárias".

H.G. Wells (
www.kirjasto.sci.fi/hgwells) --se não "previu" tanto quanto Verne-- publicou, nos últimos anos da década de 1890, três livros que tiveram grande importância para a ficção científica no século 20: "A Máquina do Tempo", "O Homem Invisível" e "A Guerra dos Mundos".

Livros de ambos podem ser encontrados em bibliotecas virtuais, como a
onlinebooks.library.upenn.edu, em que também há títulos de Edgar Rice Burroughs (1875-1950) e George Orwell (1903-1950). Burroughs, que ficou conhecido pela saga de Tarzan (www.tarzan.org), também escreveu sobre Barsoom e Amtor (os planetas Marte e Vênus).

Já Orwell foi o primeiro a falar do "Grande Irmão", um tipo de vigilância contínua que lembra as câmeras de segurança difundidas nos dias de hoje. Conheça mais sobre o autor de "1984" em
pages.citenet.net/users/charles.

No campo da robótica, um dos principais expoentes é Isaac Asimov (1920-1992), que difundiu três leis que devem ser seguidas para que robôs e seres humanos convivam em paz. O
www.asimovonline.com as explica.

Arthur C. Clarke (www.lsi.usp.br/~rbianchi/clarke), que vive no Sri Lanka, é autor de "2001: Uma Odisséia no Espaço" e previu, na década de 1940, a órbita dos satélites geoestacionários.

Frases célebres de Asimov e Clarke estão no
www.testermanscifi.org, site dedicado aos "anos dourados" da ficção científica.

Outro importante autor é o polonês Stanislaw Lem. No site oficial dele (
cyberiad.info), você lê, por exemplo, o comentário a respeito da adaptação de seu principal livro para o cinema, "Solaris", que estréia em março no Brasil.

A ficção científica também discutiu a "droga da felicidade". Aldous Huxley (1894-1963), em "Admirável Mundo Novo" (1932), fala da "soma", que alguns comparam ao ecstasy. Veja mais sobre o autor e o livro em
somaweb.org e www.huxley.net.

"Fahrenheit 451", de Ray Bradbury (
www.raybradbury.com), relata um futuro em que todo material impresso deve ser queimado. O www.classicnote.com/ClassicNotes/Titles/fahrenheitdiscute se o texto é ficção científica ou uma obra política.

A rede traz também autores de uma ficção científica recente, como Philip K. Dick e William Gibson. Dick (
www.philipkdick.com) escreveu "Minority Report" e o texto que inspirou "Blade Runner". Gibson, que tem um blog em www.williamgibsonbooks.com, falava do ciberespaço em "Neuromancer" (1984).

Veja também o
www.scifan.com, um índice com referências a quase 10 mil autores.


por Thiago Gonzalez